Biografia

2024 ficará para a história como o ano em que Cara de Espelho se estreou e consolidou como uma das bandas mais inovadoras e promissoras do panorama musical português. Desde o lançamento do álbum de estreia, em janeiro, a banda alcançou um notável reconhecimento da crítica e do público, marcando o seu nome no cenário musical contemporâneo.
O álbum homónimo, “Cara de Espelho”, lançado a 26 de janeiro de 2024, superou as expectativas geradas pelos primeiros singles, “Corridinho Português” e “Político Antropófago”, e destacou-se pela sua sonoridade única, que combina a tradição musical portuguesa com uma abordagem contemporânea e experimental. A autenticidade e inovação do disco garantiram à banda um lugar de destaque nas principais listas nacionais de melhores álbuns do ano, solidificando a sua posição como uma das propostas mais ousadas da música nacional.
O verão de 2024 foi um período de grande intensidade para Cara de Espelho, marcado por atuações nos principais festivais do país. A banda subiu aos palcos do FNAC Live, do Festival MED (Loulé), do FMM Sines e do Bons Sons, entre outros, conquistando os públicos com atuações arrebatadoras e uma presença em palco ímpar. Como reflexo deste sucesso, o grupo recebeu duas nomeações para os Iberian Festival Awards, nas categorias de Best Live Performance (PT/ES), sublinhando o impacto de Cara de Espelho nos grandes palcos, celebrando assim a sua energia e criatividade.
Depois de um ano que solidificou o estatuto de Cara de Espelho como uma das grupos mais relevantes da música portuguesa, a banda entra em 2025 cheia de vigor artístico. A eleição de Melhor Banda na primeira edição dos Futurawards, os novos singles “Elefante no Hemiciclo“ e “O Que Esta Gente Quer”, lançados em abril e junho, respetivamente, bem como o convite para atuar no festival MEO Kalorama são prova disso.
Cara de Espelho é composto por Carlos Guerreiro em vários instrumentos (Gaiteiros de Lisboa, José Afonso, Fausto, GAC), Luís J Martins na guitarra (Deolinda e Lena d’Água), Maria Antónia Mendes na voz (A Naifa, Señoritas), Nuno Prata no baixo (Ornatos Violeta), Pedro da Silva Martins na guitarra (autor e compositor de Deolinda, Ana Moura, António Zambujo, Lena d’Água) e Sérgio Nascimento na bateria (Sérgio Godinho, David Fonseca, Humanos, Deolinda).

Carlos Guerreiro
Músico, letrista, compositor, produtor musical, criador e construtor de instrumentos, professor do Ensino Especial, Escultor e Marceneiro Entalhador. Professor de Educação Musical e Reeducação Expressiva desde 1976, em diversas escolas e instituições de Ensino Especial. Desenvolveu no Centro de Paralisia Cerebral, ao longo de vinte anos, a criação de instrumentos musicais destinados a pessoas com limitações motoras. Membro fundador dos Gaiteiros de Lisboa desde 1993. Autor do livro “Sons para construir” editado pela Plátano Editora. Colaborou e participou em concertos e outros projetos musicais com José Mário Branco, Zeca Afonso, Fausto, Júlio Pereira, Sérgio Godinho, Pedro Caldeira Cabral, Vitorino, Vozes da Rádio, Rui Veloso, Sétima Legião, Ritual Tejo, Deolinda, Ana Bacalhau e Diabo na Cruz. Autor de diversas sonorizações, bandas sonoras e cenografia musical em várias peças de teatro e filmes. Estudioso de matérias etnomusicológicas, sobretudo na área da organologia e recolha musical. É multi-instrumentista nos Cara de Espelho.

Luís J Martins
Nasceu em Lisboa, em 1978. O seu percurso desenvolve-se em áreas tão diversas como a música contemporânea e o formato canção, em projetos como Cara de Espelho, Deolinda, Almost a Song, Powertrio, Turbamulta e Lena d’Água. Editou em 2017 o seu primeiro trabalho a solo: “Tentos, invenções e encantamentos”, 6 peças para guitarra clássica, guitarra preparada, eletrónica e percussões. É membro fundador do coletivo à escuta:, através do qual tem desenvolvido projectos de criação artística interdisciplinares em/com comunidades do território do Parque Natural da Serra da Estrela. Desenvolve com a pianista Joana Sá, desde 2000, um intenso trabalho na criação de música para teatro, cinema, projetos para a infância, etc. No registo da canção, tem-se destacado como arranjador e compositor. Para além do trabalho em Deolinda, tem composto em parceria com Pedro da Silva Martins para António Zambujo, Ana Moura, Cristina Branco, Hélder Moutinho, etc. Estudou guitarra clássica em Lisboa, Paris, Orléans e Castelo Branco. É guitarrista nos Cara de Espelho.

Maria Antónia Mendes
Nasceu em Lisboa em 1977. Estudou música na Academia dos Amadores de Música e Conservatório Nacional, onde aprendeu a tocar violoncelo. Em 2003, termina o curso de teatro da Act Escola de Actores em Lisboa, e desde então colabora com várias companhias como atriz, cantora e autora de música para peças teatrais. Colabora esporadicamente com o cinema também. Desde os anos 90 que a sua curiosidade pelo fado a fazia cantar como amadora no circuito, e em 2003 junta-se a Luís Varatojo e João Aguardela para fundar a banda A Naifa. É intérprete e co-autora das músicas que compõem o currículo desta banda que editou cinco álbuns, um DVD/ livro autobiográfico, realizou 8 digressões nacionais e várias apresentações internacionais. Em 2015, fundou a banda Señoritas com Sandra Baptista. É também autora das músicas desta banda que editou dois álbuns e fez duas digressões nacionais. É vocalista dos Cara de Espelho.

Nuno Prata
Baixista e membro fundador dos Ornatos Violeta, banda com a qual atuou ao vivo entre 1991 e 2002, e gravou os discos “Cão!” (1997) e “O Monstro Precisa de Amigos” (1999). Cantautor em nome próprio desde o fim da banda, produziu e gravou os discos “Todos os Dias Fossem Estes/Outros” (2006), “Deve Haver” (2010) e “Nuno Prata” (2014), tendo ainda participado em coletâneas como “3 Pistas — Vol. 2” (2005), “Adriano, Aqui e Agora — O Tributo” (2007) e “Voz e Guitarra 2” (2013), e nos discos do projeto Foge Foge Bandido (2008) e da banda They’re Heading West (2015). Como compositor e/ou letrista colaborou com artistas como Clã, Cristina Branco, Ana Bacalhau e Rui David. Desde 2019 voltou a atuar ocasionalmente com os Ornatos Violeta e recentemente passou a integrar a banda de Lena d’Água, artista com quem gravou o álbum «Tropical Glaciar». É baixista dos Cara de Espelho.

Pedro da Silva Martins
Como argumentista, trabalhou na Companhia das Ideias e assinou textos e conteúdos para séries da SIC, RTP e TVI. Escreveu a peça “Retrato Falado” para as animações de João Fazenda. Como músico, formou o grupo Bicho de 7 Cabeças e, mais tarde, os Deolinda. É guitarrista e autor das letras/músicas dos Deolinda, com os quais somou vários prémios nacionais e estrangeiros. Escreve e compõe também para outros artistas como Ana Moura, António Zambujo, Cristina Branco, Cuca Roseta, Mariza e Sérgio Godinho. Em 2011, compôs a canção “Parva que Sou”, que suscitou um aceso debate sobre as condições de trabalho dos jovens em Portugal. Em 2013, ganhou o prémio da SPA e o Globo de Ouro de “Melhor Canção” com o tema “Desfado”, composto para Ana Moura. Em 2019, é autor do premiado disco “Desalmadamente”, de Lena d’Água. Foi coautor da banda sonora para o espetáculo de videomapping “Memórias de Abril” no Terreiro do Paço e da banda sonora do filme “Technoboss”, de João Nicolau. É compositor, letrista e compositor dos Cara de Espelho.

Sérgio Nascimento
Nasceu em Luanda, em 1972. Músico e produtor musical, estreou-se como baterista no início dos anos 1990, enquanto frequentava o curso da escola de Jazz do Hot Clube de Portugal. A sua primeira gravação foi a versão de “O Homem da Gaita”, de José Afonso, para a compilação “Filhos da Madrugada”, com os Peste & Sida, em 1994. Forma os Despe e Siga em 1995, com quem lança três discos. Entre 1996 e 1999, participa em gravações e concertos dos projetos Ithaka e ColdFinger. Em 2000, é convidado para integrar a banda de Sérgio Godinho, os Assessores, com a qual grava e atua até à atualidade. A partir de 2003, passa a gravar e a tocar ao vivo com David Fonseca. Em 2004, cria os Humanos, projeto de originais de António Variações. Dead Combo, Margarida Pinto, Rita Redshoes, Mafalda Veiga e They’re Heading West são alguns dos artistas com os quais já gravou. Integra os Deolinda, com quem grava “Mundo Pequenino e Outras Histórias” e toca ao vivo até 2018. Entretanto, colabora com Márcia, Monday (Catarina Falcão), Catarina Munhá, 08/80, MOTOR e Lena d’Água, neste caso também como diretor artístico e produtor. É baterista dos Cara de Espelho.
Fotografias por Daniel Costa Neves